segunda-feira, 9 de abril de 2012

JUVENTUDE E SAÚDE

A Páscoa já passou, a Campanha da Fraternidade da Igreja Católica também. Mas o assunto SAÚDE é sempre atual. Por isso, vamos retomar o tema da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, sobre SAÚDE PÚBLICA e vamos refletir sobre a situação da Juventude brasileira.

A saúde integral dos(as) jovens brasileiros(as), urbanos e rurais, não se refere somente à questão física, mas também à questão psicossocial e não diz respeito somente às  doenças ou à assistência médica e curativa. Saúde, para a juventude, envolve uma diversidade de fatores que podem ser tanto protetivos e preventivos quanto de redução de riscos, a depender de um contexto que lhes dê sentido, visando à promoção integral da saúde. Vale lembrar que a saúde é um direito humano básico, garantido a todos pela Constituição Federal. Ressalta-se a importância da participação e do controle social em saúde, garantindo o protagonismo do jovem na formulação das ações, iniciativas e programas. Para tanto, as políticas públicas voltadas para a juventude devem assumir o caráter preventivo, de modo a combater situações de risco e vulnerabilidades que comprometem ou mesmo rompem com o processo de desenvolvimento desse sujeito social.

Portanto, é necessário o incentivo à formação de especialistas voltados especificamente para o público jovem, bem como a implementação de políticas e  programas mobilização e realização de fóruns e debates para reduzir a gravidez não planejada, DST e hepatite virais, uso de drogas. Promover a educação no trânsito e garantia de acesso a medicamentos de forma segura e racional.
No campo das políticas públicas de saúde, já se verifica uma preocupação com iniciativas específicas para a juventude. No entanto, esse processo ainda precisa ser consolidado. É fundamental considerar, nesse momento da vida, as situações relativas à idade reprodutiva e sexual dos indivíduos, sendo necessário pensar no impacto das desigualdades sociais, raciais e de gênero frente a esse processo. Outra preocupação deve voltar-se à vulnerabilidade da população jovem, em especial da juventude negra, às violências e aos acidentes, resultando em índices elevados de mortalidade por causas externas, como violências domésticas e acidentes no trânsito. É importante discutir, também, as questões de gênero, com ênfase na violência contra a mulher. Em relação ao acesso à saúde, devem-se observar as condições de jovens com deficiência, garantindo o princípio da equidade. Nessa perspectiva, evidencia-se o caráter emergencial na efetivação dos direitos relativos à juventude, criação de políticas públicas intersetoriais e fortalecimento das já existentes, com serviços e programas que reconheçam e trabalhem de modo integral as fragilidades desse público.
Outras preocupações devem ser a desnutrição e o aumento da obesidade, que podem ser enfrentadas com políticas de alimentação saudável, atenção psicossocial e atividades físicas.
Garantir a implantação e implementação das diretrizes de atenção integral da saúde a jovens e da rede psicossocial com recorte de gênero, nas três esferas de poder, com ampliação das unidades de atendimento a usuários de drogas.
Muitas vezes excluídos da oferta de políticas públicas, é de grande relevância oferecer aos jovens privados de liberdade atendimento não  apenas  emergencial, mas também preventivo.
No que se refere aos hábitos alimentares dos jovens, é importante a promoção de campanhas, políticas públicas e programas nacionais que incentivem e possibilitem hábitos alimentares saudáveis entre eles. A saber, campanhas voltadas ao público jovem sobre a importância de uma alimentação saudável e ferramentas que possibilitem, a partir de sua realidade, escolher essa alimentação, seja por meio de cardápios acessíveis e mais saudáveis nos restaurantes e cantinas de escolas e universidades, seja por meio de programas de acompanhamento nutricional específicos para esse público, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No que se refere à sexualidade, é importante abordar, juntamente com a família, questões que ampliem o entendimento do termo, novos modelos de família, tais como as relações de afetividade, projetos de vida, acesso a meios contraceptivos, planejamento reprodutivo, prevenção e combate às doenças sexualmente transmissíveis (DST), maternidade e paternidade não planejadas. É preciso ampliar e fortalecer programas de orientação que sejam acessíveis em todos os aspectos e capacitação do jovem sobre todos os aspectos da sexualidade, possibilitando a ele escolhas responsáveis, que incluam o cuidado com a sua saúde, mas também o cuidado com a saúde do seu parceiro, fortalecendo e possibilitando a compreensão do uso do preservativo e de outros métodos contraceptivos como importante instrumento para evitar a gravidez não planejada e combater as doenças sexualmente transmissíveis. Sendo importante abordar também questões como exploração sexual e a prostituição.
Implementar e fortalecer projetos de saúde sexual e planejamento reprodutivo, possibilitando à juventude a compreensão dos métodos contraceptivos como instrumentos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, da gravidez não planejada e de responsabilização da juventude sobre o processo de maternidade/paternidade.
Reformulação das capacitações dos profissionais de saúde e da educação para se obter uma abordagem mais adequada à realidade de jovens, considerando questões de gênero, étnico raciais, de orientação sexual e religiosas.
Garantir que estado e municípios implementem as políticas públicas intersetoriais voltadas para a juventude, assegurando atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na atenção  básica,  utilizando  a  estratégica  da  saúde  da  família  e  programas  como PSE/SPE, programa saúde na escola e questões voltadas à sexualidade.
No âmbito das ações de prevenção, é necessário ampliar o atendimento aos jovens adolescentes que necessitam de um acompanhamento psicológico e psicopedagógico. É preciso, também, avançar no desenvolvimento de iniciativas para os jovens que vivem com HIV/AIDS, bem como outras doenças dessa natureza, por meio de investimentos na Atenção Básica  à Saúde  especializada, investimento  e pesquisas para novas formas de tratamento, a fim de promover ações  e programas  que  se  destinem  a  todos os  jovens, uma vez que a maioria dos programas e ações destina-se aos jovens que não vivem com o vírus.
É necessário incluir a experiência dos jovens que vivem e convivem com o HIV e com a AIDS, destacando as questões sobre sua sexualidade e sobre a maneira como vivem nos programas e projetos hoje executados, incentivando a testagem e o diagnóstico precoce. É preciso estimular e orientar o uso do preservativo e não apenas os métodos contraceptivos, uma vez que a camisinha é o meio mais eficaz para proteger contra as DST, e também garantir o acesso à profilaxia pós-exposição ao HIV. Quanto à notificação das DST, ressaltamos a necessidade de notificá-las, qualquer que seja o seu tipo (corrimentos, úlceras e verrugas), ao contrário do que acontece hoje, quando somente algumas delas são notificadas.
Assegurar aos adolescentes e jovens vivendo com HIV/AIDS os seus direitos sexuais e reprodutivos, incluindo a reprodução humana assistida, prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como medida garantidora do direito à maternidade/paternidade.
Criar Serviços de Atendimento Especializado (SAE) específicos para adolescentes e jovens que vivem com HIV/AIDS nas unidades de referência. Elaborar ações de visem enfrentarem o preconceito e o estigma sofridos por adolescentes e jovens vivendo com HIV/AIDS, como medida que favoreça a adesão ao tratamento e melhore sua autoestima. Implantar programas de atenção  a  pessoas  com  anemia  falciforme  nos estados e municípios.
Quanto à saúde do jovem, de modo geral, em função das causas externas de vulnerabilidade, são necessárias ações intersetoriais mais estruturadas para um enfrentamento mais efetivo. As dimensões relativas à vida segura e à educação no trânsito precisam ser trabalhadas em conjunto por várias instâncias, em parceria com o poder público e com a sociedade civil. Há também preocupações associadas ao uso de drogas ilícitas e lícitas que precisam ser analisadas, de forma a examinar o consumo dessas substâncias psicoativas, no sentido de se repensar o papel que a mídia, os profissionais de saúde  e  outros  agentes  cumprem nesse contexto, principalmente em relação ao álcool e ao tabaco, consideradas, nos dados estatísticos, como as drogas com maior impacto na vida dos(as) jovens, sendo excluída dos meios de comunicação a publicidade referente ao incentivo ao seu uso. É necessário chamar a atenção da população juvenil sobre o quanto o álcool e as drogas os deixam mais vulneráveis às doenças sexualmente transmissíveis e ao HIV e à AIDS.
Implementar programas e ações de resgate dos valores de cidadania, valorização da vida e recuperação dos vínculos afetivos, objetivando a formação da  juventude, tendo em vista a minimização da violência, tornando efetiva a plena execução da política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Em relação à política de prevenção ao consumo de drogas lícitas e ilícitas e políticas de redução de danos, as ações têm que ter como objetivo a prevenção, retardar o consumo e possibilitar estratégias de redução de danos e autocuidado; para os que não querem, ou não conseguem, deixar de ser usuários, o tratamento, buscando a reinserção social com qualificação profissional de dependentes, acesso aos serviços substitutivos de saúde mental (CAPS-AD e CAPS-AD 24h), que também devem estar presentes em áreas periféricas e do interior, contemplando a participação das famílias, com assistência psicossocial e atenção aos públicos vulneráveis, tais como: crianças, adolescentes, jovens e população em situação de maior vulnerabilidade social e acolher outras medidas de tratamento. Além disso, investir cada vez mais em ações de territorialidade, com o fortalecimento da rede social, para identificar os atores e as instituições locais que promovem ações de saúde. O trabalho com crianças de rua pouco resolve. O que é necessário é investir nas famílias, pois estas não sabem como enfrentar o problema e não
têm recursos para acompanhar um tratamento, quando necessário.
É necessário investir cada vez mais em ações de geração de emprego, renda e territorialidade, com o fortalecimento da rede social, para identificar os atores e as instituições locais que promovem ações de saúde e implementar políticas públicas para o incentivo da produção orgânica, dentro da Agricultura Familiar, assim como  educação  nutricional para população.

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